Estamos aqui coincidentemente em um novo domingo. Acabo de perceber que eu tenho essa tendência gigante à só postar em domingos, provavelmente porque é o dia oficial do tédio.
Estamos aqui depois de mais uma das minhas características crises desesperadas por causa de fanfics. Se passaram uma semana e eu ainda não resolvi meus probleminhas com Think Twice. Na verdade, ontem eu tive a pior crise de todas, porque eu estava com um medo absurdo de fazer bobagem no final graças à minha idiota vontade de olhar as outras fanfics que eu finalizei. Uma delas só recebeu críticas, enquanto a outra devo ter feito uma merda tão grande que eu nem recebi comentários.
E digitar T*T daquele jeito não iria ajudar em nada. Acabei começando a chorar igual uma tonta, e meus olhos estão doendo até agora. Também não ajudou muito porque o Leeteuk, Líder do Super Junior, foi para o exército ontem, se afastando do grupo. Aí eu fiquei mais desesperada ainda.
Mas agora estou melhor. Digitar outras fanfics, de tema diferente, ajudou bastante, e consegui sair com um novo capítulo do Target B pra vocês!
Espero que gostem!
-Target B1- As Irmãs Kagami
Sinal
do começo da aula toca. Já estavam quase todos na sala quando o professor
chegou à sala do 2-A dando boas vindas aos alunos naquele início de primavera,
perguntando-lhes brevemente a respeito das férias de verão.
Todos
os alunos estavam bastante animados ainda. Estavam sentados em quaisquer
lugares, conversavam bastante sobre várias coisas, principalmente a respeito do
fato da sala não ter mudado quase nada de um ano para o outro, aparentemente.
Podia ouvir, também, histórias de aventuras de verão e viagens dali e de lá, de
todos os cantos da sala. Haviam risadas constantes. Claro que a presença do
professor pareceu aquietá-los um pouco, mas as vozes dos adolescentes não
sumiram completamente. Nunca seria possível extinguir a conversa num primeiro
dia de aula, ainda mais na primeira aula do turno.
O
professor deixou sobre sua mesa uma caixa com papéis, e na lousa desenhou um
mapa de sala de carteiras numeradas. Orientou que cada aluno tirasse um papel e
se direcionasse à carteira indicada imediatamente – coisa que parece ser
costume local, já que nenhum aluno contestou e foram logo pegar seus papéis,
sendo as últimas a se mobilizarem as duas desconhecidas. Haviam permanecido tão
silenciosas que só então o senhor lembrou-se de que estavam ali.
-Ah
sim! – exclamou, fazendo uma misteriosa expressão de alegria – Classe, temos
alunas novas este ano. Estas são as irmãs Kagami, vindas da capital Tóquio.
Poderiam se apresentar melhor, por favor?
As
duas haviam acabado de sortear seus lugares quando foi pedido para que
realizassem uma breve apresentação a respeito delas próprias. Uma olhou a outra
um par de vezes, revezando o olhar mirando o professor, que se mostrou confuso
com aquela atitude. Os alunos dessa classe também voltaram sua atenção para a
frente da sala, para o quadro negro. As duas, então, se colocaram uma do lado
da outra como em formação, uma delas apoiando de leve as costas na superfície
do quadro negro e a outra se mantendo a olhar a sala, um tanto vacilante, mas
com uma postura ligeiramente mais aberta e receptiva que a outra.
-Eu
sou Akane. – tirou suas costas da lousa e pôs-se bem ereta, demonstrando maior
desconforto. Esta mantinha os braços cruzados à frente do busto com certa força
e um olhar que, além de antipático, era bastante irritadiço, beirando a hostilidade.
-Eu
sou Akemi. – a outra ergueu a canhota em sinal de aceno. Suas maçãs do rosto
estavam bastante rosadas, contrastando com as faces um tanto brancas, e tal
tonalidade reforçada por um sorriso que salientava suas bochechas de leve. O
que contradizia a natureza simpática de seu sorriso era seu olhar tímido
voltado ao chão. – E...
-Não
encham o saco. – a primeira interrompeu a segunda, logo a segurando pela mão e
levando-a para seu lugar num puxão.
Todo
mundo olhou estranho. Que tipo de aluno novo se apresenta logo em seguida
estabelecendo aquela barreira antissocial ao seu redor? As pessoas presentes
não pouparam comentários. Por causa daquilo, demorou um tempo para que
voltassem a se arrumar pela sala.
As
fileiras terminaram de se formar e, como sempre, os lugares impostos pelo
sorteio foram inconvenientes à grande maioria dos alunos. Praticamente todos os
círculos de amizade foram despedaçados e seus membros espalhados pela sala. Sem
sombra de dúvida aquele era o objetivo do sorteio, ajudava a manter a ordem.
Mas não adiantava discutir. Simplesmente obedeciam ao posicionamento dado pelos
papéis e iniciaram o silêncio, que também iniciou o começo das aulas. Mas óbvio
que sempre tinham aqueles que queriam burlar o sorteio.
A
primeira a fazer isso foi Akane, que sentou-se em seu lugar pré-apresentação e
amassou o papel que continha seu número. Sua irmã acabou sentando na carteira
da frente pelo próprio sorteio, acabando por não separá-las. Mas aquele trio
que havia caído sobre o interesse das gêmeas haviam sofrido as consequências,
acabando por serem separados especificamente por elas.
-Oe,
guria estranha. – o de pior humor se pôs de frente para a menina, mostrando-lhe
o papel – Esse aqui é o meu lugar.
-Agora
não mais. –ela pegou o papel da mão dele e colocou no lugar o seu próprio- Esse
aqui é o meu e este aí agora é o seu. – fez pouco caso, obviamente.
-Akane-chan...
– Akemi disse após um suspiro – Vá pro seu lugar e deixe-o sentar...
-Não
tô afim. – respondeu em tom áspero.
-Você
não pode burlar o sorteio, sua...! – o rapaz se conteve, amassando o papel em
seu punho.
-Tinha
que ter encrenca logo no começo das aulas...? – deixou cair a cabeça para
frente, falando num tom de lamento que beirava um choramingar. – Akane-chan,
não seja grosseira e mude de lugar logo.
-Ele
também foi grosso. – protestou. – E eu estou pouco me lixando.
-
Você...! –ele rangeu os dentes, jogando um olhar de raiva sobre a primeira
menina, que retribuiu com igual amargura.
-Ranger
os dentes não vai me assustar, sabe.
-Vocês
vão se resolver logo ou vou ter de eu ir aí resolver? – o professor parou de
escrever na lousa e virou-se naquela direção, colocando as mãos sobre a mesa.
-Gokudera-kun!
– chamou a atenção o franzino, sentado na carteira da fileira paralela- Deixa
isso pra lá!
-Eu
vou para aquele lugar, pode sentar-se aqui! – afim de manter a paz, a gêmea
mais calma se levantou com o material na mão e foi ao lugar vazio, que era,
também, ali perto, o que fez com que ela se confundisse um pouco (afinal, era
igualmente perto! Por que brigar por aquele lugar? ), mas não discutiu, apenas
foi.
Aquilo
resolveu a situação antes que algo pior acontecesse. Gokudera, o rapaz, tomou o
lugar que lhe foi cedido e abriu um breve sorriso para o amigo da carteira ao
lado, pedindo-lhe desculpas. Sorriso que pareceu gratificar a apaziguadora,
mesmo que recebendo o mal tratamento da irmã em seguida. Faria o possível para
se manter fora de confusões e continuaria daquela forma.
A
manhã seguiu com calma depois daquilo até o sinal do final das aulas. As irmãs
Kagami, que pareciam, de fato, uma refletir a outra pela aparência
perfeitamente arrumada, passaram aquele dia sozinhas, sendo observadas por
professores e alunos ao redor. As duas almoçaram sozinhas, conversando suas
próprias coisas. Coisas que ninguém entendia, óbvio. Apenas elas. Algumas
pessoas queriam realmente estabelecer um contato com elas. Por algum motivo,
pareciam fascinantes aos olhos de alguns.
-Ehh?!
– Tsuna soltou uma exclamação quase assustada enquanto conversava com uma de
suas colegas, Kyoko, no armário de sapatos – Pr-Pretende falar com elas?!
-Uhum!
– ela disse com um sorriso doce no rosto e um ar de entusiasmo – Mesmo que
aquela apresentação delas não tenha sido das melhores, elas parecem ser legais!
– tirou cuidadosamente os seus sapatos dos pés e calçou aqueles no armário.
-Elas
me deram um pouco de medo... –ele sorriu um tanto nervoso- Mas se você acha
isso...
-Você
é louca que nem o seu irmão. – Gokudera pigarreou no corredor seguinte de
armários, jogando-os lá dentro com total descaso – Depois dessa, queria até nem
poder ver a cara delas!
-G-Gokudera-kun!
– o franzino pareceu aflito.
-Maa
maa, Gokudera! – Yamamoto interviu rindo, sem nem tocar em seu armário de
sapatos – Elas parecem ser legais, mesmo! Uma delas lhe cedeu o lugar, até!
-Tsc.
– cruzou os braços. Estava inflexível quanto sua opinião.
-Gokudera-san,
- Kyoko colocou a cabeça para olhar o outro lado dos armários – Você poderia ao
menos ter agradecido.
-Ah,
eu agradeço amanhã. –coçou atrás da cabeça, fazendo pouco caso.
-Amanhã
vou falar com elas também! – O mais alto voltou a falar, tomando a frente, indo
já em direção à saída.
-Yamamoto,
você vai mais cedo? – Perguntou Tsuna, vendo que ele já caminhava para fora.
-É!
– sorriu – Preciso ajudar meu pai hoje!
-Ah,
tá. Ja nee. –acenou. Os outros dois fizeram o mesmo.
-Soreja~~
Os
três que sobraram também não permaneceram ali. Foram caminhando na direção do
portão de saída da escola, que já estava para ser fechado pelos membros do comitê
disciplinar de lá e se separaram, os dois garotos seguindo para um lado e a
menina para o outro. Despediram-se ali e cada um seguiu para seu próprio
caminho.
Os
dois continuaram a conversar até a casa dos Sawada, onde o mais baixo
permaneceu. Despediu-se do companheiro e entrou em casa, logo sendo recebido
pela barulheira das brincadeiras das três crianças que passaram a habitar sua
casa de uns tempos para lá. Sua vida como recém-intitulado chefe de uma máfia
não estava indo muito bem em todos os sentidos.
-Tadaimaa!
Disse
ao fechar a porta e tirar os sapatos, na esperança de que o aviso chegasse até
sua mãe. Não esperou receber nenhuma resposta e logo foi subindo
desajeitadamente as escadas que levavam aos quartos da casa. Cruzou o corredor,
foi ao seu quarto, largou a bolsa escolar na entrada e pulou de costas em sua
cama, fechando os olhos enquanto soltava um gemidinho de dor ao sentir sua
coluna se realinhar inteira.
Como
toda volta às aulas, aquele havia sido um dia seguinte. Tsuna levou as mãos
para a parte de baixo de sua cabeça, bem na nuca, e ficou olhando o teto em
seguida depois de soltar um longo suspiro. Seu quarto estava em um absoluto
silêncio, ouvindo os movimentos da casa bem abaixo do piso de madeira. A
choradeira, o som da mãe fazendo comida, de alguém tomando banho...
Abriu
um sorriso ao sentir-se seguro em sua casa. Aquela sensação acabou num
instante.
-Teve
um dia cansativo, Dame-Tsuna? – ouviu vindo de cima de si aquela vozinha lhe
falando. Abriu os olhos imediatamente, e então levou um chute na cabeça – E
como foi a volta às aulas?
-Itteeee!
–ele choramingou, pondo-se sentado rapidamente, com ambas as mãos aonde levara
o chute- Reborn! Por que fez isso?!
-Responda
logo ao que eu te perguntei, aluno inútil. – O pequeno hitman sentou-se no
espaço da cama que havia perto do pé, cruzando as pernas e olhando ao menino
com certa seriedade.
-Por
que o interesse no meu dia? ... – olhou com suspeita.
-Só
quero saber como foi. – abriu um sorriso como se fosse inocente. Nada que ele
perguntava vinha sem um propósito.
-...
– Demorou-se à falar, mas amedrontado diante da possibilidade de levar outro
chute ou até mesmo um tiro, resolveu falar – Entraram duas alunas na minha sala
que tiveram certos problemas com o Gokudera-kun... – coçou atrás da cabeça.
-Ohh.
– aquela exclamação pareceu demonstrar interesse – Que tipo de problemas?
-Bom,
uma delas brigou com ele por causa do lugar... Não sei qual que era qual,
mas...
-Como
assim, não sabe qual é qual? Não sabe os nomes dos seus próprios colegas?
-É-É
que elas são iguaizinhas! –mexeu as mãos num gesto aflito, se inclinando para
trás. Sempre, sempre, tinha medo do que o Arcobaleno poderia fazer. – S-São
gêmeas e não dá ainda pra saber direito quem é quem! – olhou nos olhos do bebê.
Ele olhou de volta. E covardemente voltou a falar – Apesar de que elas são bem
diferentes entre si do jeito de agir... Uma delas assusta, mas a outra
parece... mais calma.
-...
Heh. – abriu um pequeno sorriso, que fez um arrepio percorrer pela espinha do adolescente.
– Espero que se deem bem, vocês três. – Saltou da cama e pôs-se a andar na
direção da porta.
-Mas
ein...? –olhou com interrogação.
-Não
tem tarefa pra fazer, não? –olhou por cima do ombro.
-HIIIIIE!
–soltou um gritinho e foi logo atrás da bolsa escolar- Vou fazer, vou fazer!
A
conversa entre tutor e aluno acabou ali. A história com as irmãs espelho não
iria acabar tão cedo.








